
"Nascer, morrer, renascer ainda, progredir sempre, tal é a Lei". Allan Kardec
Qual seria a pergunta mais difícil de todas as perguntas?
Entre todos os questionamentos da humanidade, qual seria essa pergunta sem resposta?
Não me refiro àquelas questões mais cotidianas de nossas vidas ordinárias.
Dúvidas como "O que vou ser quando crescer?",
"Será que vou me casar com um homem bonito e rico?",
"Quantos filhos vou ter?",
"Meu primeiro filho vai ser menino ou menina?".
Enfim, coisas desse tipo que todos nós nos perguntamos frequentemente. Essas perguntas, claro, possuem sua importância. Isso não há como negar e nem pretendo fazê-lo.
Todos nós temos esse anseio de antecipar o futuro, de saber das coisas antes que elas aconteçam, de dominar os fatos antes mesmo que eles pretendam ocorrer. Mas estes são, de forma relativa, questionamentos menos importantes, devo lhe dizer, amigo leitor.
Eles estão limitados ao olhar de uma jornada terrena apenas. E posso afirmar, sem medo errar, que é preciso ampliar nosso olhar para toda a nossa caminhada evolutiva, de encarnação a encarnação, enquanto seres eternos que somos.
Essas perguntas focam apenas em nossos dilemas pessoais, mais simplistas, totalmente factuais e momentâneos.
Coisas dessa vida de agora e ponto final.
Acontece que na vida, amigo, não há ponto final.
A vida não se resume a esta vida.
Quando tomamos consciência disso, tudo ganha uma perspectiva totalmente nova, renovada e inspiradora.
Nós, os seres humanos, vivemos em uma busca incessante por bens materiais.
Somos ligados à matéria de uma forma profundamente carnal.
Estamos sempre tão preocupados com nossas contas, nosso carro, nosso apartamento, nossas posses, que esquecemos do mais importante: nosso tesouro interior.
O nosso patrimônio intelectual e emocional. Pensamos a todo momento em nosso bem estar financeiro atual e futuro.
Mas que futuro, ora bolas?
A gente costuma esquecer que o maior patrimônio que podemos acumular em nossas vidas é o conhecimento.
Nossas vidas devem ser uma busca inesgotável pelo saber.
Uma das formas de evoluirmos nesta grande jornada que é a vida, é buscarmos fazer as perguntas certas.
Precisamos nos rodear daqueles questionamentos maiores, superiores, para os quais, aparentemente, poucos de nós de fato conseguiram resposta. Mas fique tranquilo. Elas, as respostas, todos nós conheceremos um dia. No dia em que nos for merecido.
Afinal, qual o porquê de nossa existência terrena?
Por que encarnamos aqui e agora?
Qual o objetivo de quem me criou e como a vida não se resume a esta vida qual propósito ele fez isso?
Se alguma força dirige todo este sistema que chamamos de vida, que força é essa?
E por quê ela faz isso?
De onde será que eu vim, quem eu já fui um dia?
E pra onde vou depois de morrer?
Por que meu filho é o meu filho?
Por que tenho essa cor de pele?
Por que uso esse idioma?
Por que nasci nesse continente?
Qual o objetivo de ter nascido e estar aqui nesse lugar?
Não é incrível pensar como uma decisão diferente, uma micro decisão, como escolher um colégio ou uma faculdade diferente da que cursamos de fato, poderia ter mudado todo nosso destino?
Isso inclui nossos círculos de amizade, talvez a esposa, os filhos, tudo. Por que e como tomamos essas decisões, então?
Somos intuídos ou decidimos única e exclusivamente por nós mesmos?
Será que às vezes você não se pega perguntando por que suas provas são mais difíceis do que as provas dos outros?
Por que você tem tantas dificuldades na vida enquanto outros têm tantas facilidades?
Por que todos temos que ter fé, enquanto um monte de gente não tem fé nenhuma?
Será que existe algum tipo de força divina que criou e hoje administra tudo o que está a nossa volta?
Será que sou eterno, e assim sendo, tenho outras vidas pela frente? Se isso for verdade, como eu deveria me preparar para essas vidas futuras?
Se realmente viemos de algum lugar, que lugar é esse?
E depois, para onde a gente vai quando deixar essa vida corporal?
Só podemos ter certeza de uma coisa nessa vida: todos faremos a viagem de volta um dia.
Afinal, uma coisa é certa: cada um de nós conhece a data de chegada.
É aquela que está anotada na sua certidão de nascimento.
Mas ninguém revela pra gente o dia de nossa viagem de volta.
Só sabemos que voltaremos exatamente da mesma forma que chegamos: desnudos, sem carregar nenhum bem material, sequer roupas.
E como meros viajantes que somos, temos que estar em constante preparação para o momento certo.
Essa viagem de volta será realizada em um trem imaginário, igualzinho a um trem de verdade, de ferro e aço na estrutura, e paisagens na janela.
Um trem que vai, lentamente, percorrendo as estações da vida, uma após a outra, como etapas que você tem que superar até chegar ao destino final.
Em algumas delas, deixa um ou outro passageiro. Em outras, novos tripulantes embarcam, repletos de dúvidas ou de certezas.
Cada estação é como um estágio diferente de evolução.
Nessa longa e desafiadora viagem de aperfeiçoamento que é a vida, passamos por muitas e muitas estações.
Uma dessas estações é conhecida pelo nome de Umbral.
Mas será que você, com o que evoluiu até hoje, pode dizer que irá sentado na janela ou na parte escura desse trem da vida?
Vamos viajar escondidos no vagão dos fundos, como clandestinos, ou seremos convidados especiais nos vagões mais importantes do trem?
E quanto tempo será necessário viajar para chegarmos ao nosso destino?
Todos que estão nesse trem evoluirão por sua vontade própria ou não, lenta ou velozmente.
Alguns passarão por estradas de ferro ajardinadas.
Outros, por longos caminhos sombrios sem nenhuma luz.
Alguns viajarão por belas ferrovias que sequer barulho fazem.
Outros, por estradas esburacadas e repletas de obstáculos.
Que estrada você quer para você?
Somos seres espirituais criados para evoluir. Essa é a nossa missão essencial. Nunca duvide disso.
E essa viagem evolutiva não é opcional, é necessária e compulsória.
Podemos insistir em não perceber isso. Mas acredite, em um dado momento, você será convocado a ter consciência plena disso tudo. E será como um raio intenso de sol rasgando o breu da noite da ignorância, resplandescendo em um novo e magnífico amanhecer de conhecimento diante de você.
Então você compreenderá como as encarnações são o instrumento usado pelo Arquiteto dessa grande construção chamada de existência.
É o que impulsiona cada um de nós a seguir em frente, mesmo diante das dificuldades mais impeditivas. E você entenderá que, para cima, tudo converge.
A vida é uma escola na qual somos alunos que evoluem, de série em série, ano após ano. Se puxarmos na memória, nós lembraremos daquele colega de sala que não queria nada com o estudo, não é mesmo?
E o que acontecia com esse mau aluno?
Simplesmente não mudava de série, não evoluía, virava um repetente.
Somente aqueles que de fato se dedicavam aos estudos e ao bom comportamento conseguiam alcançar o direito de passar de ano, de evoluir para a próxima série.
Na vida é exatamente assim que acontece, querido leitor.
E essa evolução constante e progressiva, planejada milimetricamente pelo grande Arquiteto para todos, não se resume apenas ao estudo e à compreensão de nossa existência de forma mais clara.
Também se faz necessário cumprir com os trabalhos especiais, como aqueles que os professores nos encomendavam para ganharmos pontos além da média, você se lembra?
Estes trabalhos especiais da vida se resumem em uma singela mas imprescindível palavrinha: a caridade.
Fora da caridade não há salvação. E essa caridade é dividida em dois tipos. Há aquela conhecida como beneficente, a que se restringe essencialmente às doações materiais.
Porém, principalmente, deve-se praticar a caridade benevolente, aquela que doa sentimentos, amor, gestos fraternais, perdão, misericórdia. Mesmo para aqueles que você poderia, erroneamente, negar algo por considerar não serem merecedores.
É sempre uma grande alegria trocar conhecimento e aprendizados, e é muito bom te-lo por aqui. Bons estudos!
Fonte:
Medium Osmar Barbosa
Mensageiro da Luz.