
família na vida atual.
Ainda que os adversários pretendam loucamente continuar a se agredir um ao outro, infalivelmente, sempre chega o momento de mudar.
Exaustos de tantos rancores, sedentos de paz, os "duelistas" acabam por desejar ardentemente uma trégua, uma possibilidade de renovar seus caminhos.
E um dia, após longo sono, ei-los reencarnados nas experiências em comum, ligados agora por laços de consangüinidade.
Ontem inimigos, hoje irmãos.
Ontem verdugo e vítima, hoje pai e filho.
Ontem obsessor e obsidiado, hoje marido e mulher.
Assim é que a Justiça Divina exige a reparação.
Assim a Divina misericórdia promove a reconciliação.
Assim a Sabedoria do Eterno transforma o ódio em amor.
É um momento difícil, porquanto, embora as bênçãos do esquecimento e os elos familiares, eles conservam ressentimentos. inconscientemente.
Daí a ausência de afinidade, a dificuldade de relacionar-se, a mágoa indefinível, e, não raro, a aversão que experimentam entre si.
"A convivência com minha mãe é complicada: Nutro por ela sentimentos contraditórios de amor filial e rancor figadal que revolve minhas entranhas."
"Brigamos eu e meu irmão como gato e cachorro: Quando adolescentes era até natural. Agora adultos é inexplicável. Ao menor desentendimento sinto-me possuído de ódio por ele, tentado a ofendê-lo e agredi-lo."
"Até hoje não sei como casei com minha mulher: Uma atração física irresistível talvez, mas foi só. Passado o fogo da paixão, resta invencível animosidade. Simplesmente não nos entendemos. Vivemos às turras, com intermináveis cobranças. Uma situação insustentável."
"Amo extremadamente meu filho mais novo: Quanto ao mais velho, não há nenhuma afinidade entre nós. Ele me desrespeita e eu não consigo ser carinhosa com ele. Há momentos em que me parece um estranho. É recíproco. Ele simplesmente me ignora."
Embora se trate de uma situação desconfortável, é preciso lutar pelo aproveitamento da experiência desta encarnação.
Não podemos perder a oportunidade de corrigir os erros, e nunca esquecer que as lições serão repetidas tantas vezes quantas forem necessárias, até aprendermos que todos somos irmãos e devemos amar uns aos outros.
Exatamente como Jesus sempre nos ensinou, quando ele dizia, amai e perdoai os vossos inimigos. Agora sabemos o porque e quais são os inimigos a que ele se referia.
Texto adaptado dos livros:
E a vida continua.
Francisco Candido Xavier e
O Livro dos Espiritos.
Allan Kardec.
Mensageiro da Luz.